A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloquência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. (1 Cor 2, 4)
Em uma de minhas idas à Santa Missa, às 6:30 da manhã, a sabedoria dos homens me levou a pensar com pesar “Só por Ti, Jesus, que eu estou aqui a essa hora. Como estou cansada e com sono…” e, de repente o discurso transformou-se em murmuração. Mas logo fui alertada por Jesus, que carinhosamente me mostrou que acontecia exatamente o contrário, era Ele quem estava lá por mim. O sacrifício era o d’Ele, não o meu. A Sua presença me beneficiava, não o contrário.
A cada Missa, Jesus se dá a nós, em nosso favor, para nos alimentar, fortalecer, curar e ficar mais perto de nós. Ainda assim, insistimos em pensar que o sacrifício maior é nosso, correndo o risco de nos vangloriarmos e nos acharmos bonzinhos demais por irmos à Missa ou servirmos à Deus. Mesmo os assuntos de Deus quando pensados com a sabedoria humana, nos levam a conclusões terrenas, pequenas e superficiais. Deus nos convida a irmos além, a vermos o outro lado: o espiritual, pois é “o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos prodigalizou” (1 Cor 2, 12).
O exercício de ir na contramão de nossos pensamentos, nos leva a perceber como estamos formatados para, de início, irmos de encontro a vontade de Deus desapercebidamente. Com cautela e a ajuda do Espírito – pois sem Ele, nada podemos – devemos estar alertas, para no meio do primeiro raciocínio que nos vem pensarmos “Epa! será que é isso mesmo, Jesus? Será que é assim que Tu pensas?”.
Tudo já foi por Ele pensado e previsto, pois Deus é atemporal. E por saber de tudo, Ele nos chama a águas profundas, indo na contramão de nossa humanidade, da primeira inclinação, daquela mais comum, que nos aparece como um caminho. Reflitamos, então, e sigamos em busca do outro lado, para encontrarmos O Caminho, e nele a vontade de Deus.
